quinta-feira, 19 de junho de 2008


CUIDADO COM O PÃO!
Pastor Neucir Valentim


"Então os homens de Israel tomaram da provisão deles, e não pediram conselho ao Senhor. Assim Josué fez paz com eles; também fez um pacto com eles, prometendo poupar-lhes a vida; e os príncipes da congregação lhes prestaram juramento." Josué 9:14 e 15

O povo de Israel estava vencendo as nações residentes em Canaã ao apropriar-se da terra, uma a uma, porque o Senhor os havia orientado a possuí-la e expulsar todos os seus moradores. O rigor que Deus exigia era tão grande, que quando a nação tomasse uma cidade deveria por fogo nela, para que os seus habitantes não voltassem (Js 8:7,8). Em outras palavras Deus não queria aliança do seu povo com as nações pagãs. Não queria nenhum tipo de mistura ou de cumplicidade. Queria um povo separado numa comunhão exclusiva com Ele.

Nesse contexto, surge um estratagema dos gibeonitas, povo residente em Canaã, que sabendo da ordem que Deus havia dado "buscou confundi-los e ganhar-lhes a alma e o coração", a fim de estabelecerem uma unidade com os filhos de Israel: "Vestiram-se de mendigos, fingiram vir de uma nação longínqua, trazendo pão bolorento e simulando uma história melodramática." (Js 9:11 a 12). "Tendo nos seus pés sapatos velhos e remendados, e trajando roupas velhas; e todo o pão que traziam para o caminho era seco e bolorento."

Com pena dos amigos recém chegados "de longe", a nação abre a alma e escancara o coração para os vizinhos simuladores, caindo no "conto do vigário", e, desobedecendo a orientação do Senhor, faz uma aliança com o estranho à sua comunidade! E tomam tal atitude sem consultar Deus, apenas ao seu próprio coração, que facilmente enganado, tornara-se presa fatal dos que tratam, com sutileza, os sentimentos alheios.

Ao descobrir o plano maquiavélico dos gibeonitas, Josué fica furioso, mas com uma irritação tardia, pois o contrato já havia sido feito, o pacto selado e a aliança estabelecida. Agora restava tão somente a Israel, administrar a aliança mal feita, sem a orientação divina (Js 9:22 e 23).

A partir daquele dia, segundo o texto bíblico de Josué 9:27, os gibeonitas viveriam na mesma casa, sobre o mesmo teto, comendo e bebendo as mesmas coisas com os israelitas, pois fora feito um casamento, sem a bênção do Senhor; melhor, sem o Seu consentimento!

É baseado neste mesmo princípio que o Novo Testamento orienta-nos contra as ligações perigosas: " Não vos prendais a um jugo desigual com os incrédulos; pois que sociedade tem a justiça com a injustiça? ou que comunhão tem a luz com as trevas? Que harmonia há entre Cristo e Belial? ou que parte tem o crente com o incrédulo? E que consenso tem o santuário de Deus com ídolos?" (II Co 7:14 a 16a).

Para o autor sagrado, o jugo desigual, significava a união mais íntima, a sociedade mais comprometida e a comunhão cúmplice que adotamos com os que não pertencem a comunidade dos salvos. Era, na sua imagem, o comer o pão bolorento e o partilhar das vestes desgastadas dos que não pertencem a nossa gente, como ocorreu com os israelitas diante do engodo dos gibeonitas. Naquela ocasião, como hoje, o método do inimigo é o mesmo: Apelar para um coração aberto demais, que permite que sentimentos altruístas e amorosos falem mais alto que a Palavra do Senhor! É por isso que a Palavra nos exorta com os seguintes questionamentos: Que tipo de Sociedade há entre a justiça e a injustiças nos contratos consensuais pelo qual duas ou mais pessoas se obrigam a reunir esforços ou recursos para a consecução de um fim comum? Se a justiça aponta para um lado e as trevas para outro?

Que comunhão há da luz que as trevas posto que comunhão significa a participação em comum de crenças, interesses ou idéias? E que harmonia pode haver entre Cristo e Belial (os filhos do mundo)? Uma vez que a harmonia é a expressão absoluta da ordem, do acordo e da conformidade entre os que têm a Deus como pai e os que são filhos do malígno? A resposta a estas perguntas tem uma única resposta: Nenhuma! Isso mesmo, buscar sociedade, comunhão e harmonia com os que não pertencem a comunidade dos fieis é estabelecer ligações perigosas, das quais não se pode sair tão facilmente.

E esse tipo de consideração se aplica a muitas realidades: desde uma simples amizade que produz uma cúmplicidade perigosa e envolvente, ou uma sociedade mais íntima e por vezes ilegal, com determinado grupo social, até as relações amorosas, que podem prometer um futuro bonito, mas que lá na frente vão produzir pães bolorentos e vestes rotas debaixo de um mesmo teto, sob o pretexto de um coração sensível ao amor, que à rigor tornou-se frio para com o apelo da Palavra de Deus. Com certeza, para os que assim procedem, a possibilidade do vinho faltar ou as vestes envelhecerem mais rápido são muito maiores!

Pense nisso seriamente, meu irmão e consulte ao Senhor em todas as suas iniciativas e planejamentos, para não se arrepender quando for tarde demais, e ter que comer o pão bolorento para o resto de sua vida!

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